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20
Fev

Indústrias seguem com o “pé no freio” nas compras, forçando pressão de baixa nos preços

Com a demanda interna enfraquecida e boa oferta de animais terminados, pecuaristas enfrentam dificuldade em fechar negócios a cotações melhores para a arroba
Indústrias seguem com o “pé no freio” nas compras, forçando pressão de baixa nos preços

Após o feriado de Carnaval, as indústrias frigoríficas demonstraram pouco ímpeto nas compras de boiadas gordas, o que deu força a pressão baixista sobre a arroba, relata a Agrifatto.

Tal cenário, diz a consultoria, deve persistir ao longo do restante de fevereiro/24, já que o período final de cada mês é marcado pela queda de renda dos trabalhadores, que reduzem a procura pela carne bovina, preferindo proteínas mais baratas, como o frango.

“As tentativas de redução de preço do boi gordo têm começado a surtir o efeito desejado pelas indústrias”, afirma a Agrifatto, acrescentando que as programações de abate avançaram nos últimos dias e, com isso, “continuam confortáveis”.

Segundo a consultoria, após o feriado prolongado, o preço do boi gordo seguiu praticamente estável em São Paulo, com frigoríficos locais menos ativos na compra de bovinos terminados, priorizando lotes pequenos e preenchendo as escalas, que ficaram na casa de 10 dias úteis no Estado.

“Quase todas as praças pecuárias do Brasil registraram quedas mais intensas que São Paulo, com destaque para Minas Gerais, que computou um recuo de 2,19% no preço do boi gordo no comparativo semanal”, observa a Agrifatto.

Nesta segunda-feira (19/2), pelos dados da Scot Consultoria, o quadro foi de estabilidade nas praças paulistas. Com isso, o boi gordo segue valendo R$ 235/@, enquanto a vaca e a novilha gordas são negociadas, respectivamente, por R$ 210/@ e R$ 230/@ (preços brutos e a prazo).

O “boi-China” está cotado em R$ 245/@ no Estado de São Paulo, com ágio de R$ 10/@ sobre o animal “comum”, informa a Scot.

Na visão da Agrifatto, como já mencionado, o escoamento da carne bovina no mercado doméstico deve perder tração nos próximos dias e a pressão baixista sobre arroba do boi pode ganhar força.

“O avanço das escalas e pouco ímpeto dos negócios pode deixar a semana mais desafiadora (para os pecuaristas)”, reforça a consultoria.

Mercado externo –  Enquanto no mercado interno os negócios não andam, o mercado externo tem demonstrado firmeza em suas parcerias, observa a Agrifatto.

“O mercado chileno, por exemplo, está demonstrando um crescimento notável em suas importações de carne bovina brasileira”, afirmam os analistas da consultoria.

Tal condição é atribuída, em parte, ao acordo firmado entre o Chile e o Brasil para adotar o sistema “pre-listing” em 2023, além dos preços competitivos da proteína brasileira, justifica a Agrifatto.

“Esse sistema simplifica o processo de habilitação de estabelecimentos brasileiros para exportação de carne, eliminando a necessidade de inspeções individuais pelas autoridades chilenas”, explica a consultoria.

Como resultado, o Chile se tornou o segundo maior comprador de carne bovina in natura do Brasil no ano passado, com um total de 99,27 mil toneladas, e foi o quinto principal destino em janeiro/24, com 5,56 mil toneladas, 32% do total importado pelo país da América do Sul.

Além disso, continua a Agrifatto, pegando o gancho do “pre-listing”, na última terça-feira (13/02), o governo brasileiro fortaleceu as suas relações comerciais para exportação de carnes ao Egito.

“Este passo reflete o alto grau de confiança no controle sanitário brasileiro”, afirma a Agrifatto.

Segundo a consultoria, o Egito vinha passando por dificuldades econômicas e diminuiu as importações de carne bovina nos últimos anos, mas “agora pode voltar a crescer”, acreditam os analistas.

Preços da arroba em 19/2 (segunda-feira), de acordo com Indicador diário da Scot Consultoria (R$/@)

SP Barretos – 236,01

SP Araçatuba – 236,01

MG Triângulo – 233,84

MG BH – 214,00

MG Norte – 220,50

MG Sul – 213,00

GO Goiânia – 218,04

GO Região Sul – 218,47

MS Dourados – 224,90

MS C. Grande – 226,96

MS Três Lagoas – 220,50

BA Sul –  231,02

BA Oeste – 229,18

MT Norte – 209,90

MT Sudoeste – 210,10

MT Cuiabá* – 215,78

MT Sudeste – 213,07

PA Marabá – 210,13

PA Redenção – 205,78

PA Paragominas – 226,40

RO Sudeste – 198,87

TO Sul – 207,80

TO Norte – 212,50

*Região de Cuiabá, inclui Rondonópolis

Fonte: Portal DBO (portaldbo.com.br)

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